Amores perdidos
Há coisas que nos ultrapassam... Não temos maneira de controlar. E ficar preso a uma história, é algo que me acontece imensas vezes.
Quando gostamos mesmo de um livro e nos deixamos cativar completamente por ele, devoramos página atrás de página sem pensar que um dia aquelas páginas irão acabar. É um pensamento que nem sequer nos ocorre!: aquela história, no nosso subconsciente, é infinita e o autor é a pessoa mais maravilhosa existente à face da Terra por ter sido capaz de escrever algo que nunca terá fim.
No entanto... Há um momento em que caímos na real. Apercebemo-nos que o mundo paralelo em que vivemos (aka livro) deixou de ter força para nos segurar durante mais tempo e acaba. O fim pode agradar-nos ou pode desiludir-nos por completo, mas acabou. E depois?! Como é que se ganha o gosto por outro livro de forma igual?!
Para ser sincera, nem eu sei... Às vezes, preciso de meses para conseguir voltar a encarar outra personagem. Volto a ser aprendiz na leitura: começo por livros pequenos, de crónicas ou textos soltos e aos poucos, volto ao meu género literário principal. É quase como cortar relações com alguém que nos é próximo. A sensação é quase a mesma e passados tantos anos, ainda não o sei fazer sem me magoar.
Digam-me que isto não me acontece só a mim e que eu não sou maluca!