Universidade: ser caloiro.
Ser caloiro é chegar à faculdade com medo que nos salte um trajado para cima a ordenar que nos deitemos no chão e façamos 20 flexões; é ser reconhecido por toda a gente que lá anda, por sermos os únicos agarrados a papéis, horários e folhinhas à procura dos auditórios e laboratórios; é achar que nunca nos vamos ambientar a nada daquilo e que nunca seremos prós nas matérias que os professores começam a introduzir, apesar de no fundo do nosso ser, termos noção que não somos atrasados mentais e que vamos fazer tudo como as outras pessoas todas.
Estes meus primeiros dias como caloira estão a ser mais fáceis do que eu pensava: talvez porque as praxes, apesar de serem muito criticadas pelo país e mundo fora, fizeram com que conhecesse mais de 600 pessoas que estão exatamente na mesma situação que eu e que compreendem cada palavra que eu digo. Estão tão à nora como eu, naquele espaço e a ajuda dos trajados mais simpáticos que conhecemos a semana passada no meio de todas as brincadeiras da praxe, é crucial.
Tenho professores velhos e rabujentos; tenho professores um pouco mais velhos que eu e super divertidos. Tenho colegas que ainda não fizeram os 18 anos e tenho outros que já trabalham e que completaram os 33 no mês passado. Há uma mistura de sotaques impressionante, visto que tanto há pessoas que vêm de Portimão, como outras de Beja, Leiria, Viseu, Madeira e Açores.
A universidade é um sítio onde existe uma enorme troca de conhecimentos e de experiências com pessoas que nunca pensámos conhecer e que nem fazíamos ideia que algum dia poderiam fazer parte da nossa vida. Estou a adorar o curso e as cadeiras até agora apresentadas (tirando Antropologia… A sério, é muito mau) e só espero não me desiludir ao longo deste ano!